ESPECIAL SÉRIE B: Verdão campeão, surpresa no G4 e polêmica das “malas”

ESPECIAL SÉRIE B: Verdão campeão, surpresa no G4 e polêmica das “malas”

A última rodada do campeonato ficou marcada por muita emoção e polêmica



Campinas, SP, 25 (AFI) – O Campeonato Brasileiro da Série B de 2013 foi emocionante do começo ao fim. Como já era esperado, seguindo o exemplo dos outros grandes clubes, o Palmeiras caiu e retornou tranquilamente para a elite, inclusive com o título. A grande surpresa do G4 foi a Chapecoense, terminando na vice-liderança e conquistando o acesso inédito. O Sport também subiu sem grande desespero, mas a briga pela quarta colocação teve muita emoção e polêmica. Na zona de rebaixamento, a grande decepção ficou com o Paysandu.

 Confira! 

Estreante na Série B, a Chapecoense era apontada como um dos possíveis rebaixados, mas começou o campeonato com força total e só conheceu a primeira derrota na 11ª rodada, ao ser batida pelo Ceará, por 3 a 1, fora de casa. Antes disso, o Verdão do Oeste havia conquistado oito vitórias e dois empates. Campanha que surpreendeu todo mundo e deu a liderança isolada por várias rodadas. O problema do time catarinense é quem estava na cola era o poderoso Palmeiras, com mais qualidade técnica, tradição, poder financeiro e torcida.

Mesmo assim, a Chapecoense batalhou até as últimas rodadas pelo título da Série B. O Palmeiras, porém, dificilmente complicava. Com um time compacto e muito bem montado pelo técnico Gilson Kleina, que em alguns momentos teve a cabeça pedida por parte dos torcedores, o Verdão teve uma campanha muito boa, terminando com 24 vitórias, sete empates e sete derrotas. Foram 79 pontos, 71 gols marcados e apenas 23 sofridos nos 38 jogos realizados. A torcida também fez sua parte e empurrou o time em partidas complicadas, mas, parte dela, deixou a desejar na reta final.
O acesso veio na 32º rodada. O Pacaembu recebeu um grande público que queria comemorar a volta para a elite em grande estilo. O objetivo foi cumprido, mas não como o torcedor esperava. Em um jogo fraco tecnicamente e sem muitos lances de perigo, Palmeiras e São Caetano ficaram no empate sem gols. Boa parte da torcida comemorou após o apito final do árbitro, enquanto a minoria vaiou os jogadores, dizendo que o “acesso e título seria obrigação”. Essa atitude deixou o elenco chateado. A resposta, porém, viria mais na frente, com a conquista do caneco.
Os outros dois integrantes do G4 não podem ser considerados surpresas. Liderado pelo “baixinho” Marcos Aurélio, o Sport chegou a correr risco de não conquistar o acesso, mas sempre continuou sendo apontado como um dos favoritos ao conquistar o acesso. Com uma vitória sobre o Boa Esporte, por 3 a 2, em Varginha, o Leão subiu para a elite do Brasileiro com uma rodada de antecedência, terminando na terceira colocação, com 63 pontos. A última vaga ficou com o Figueirense, que teve uma arrancada incrível no segundo turno e garantiu o acesso apenas na última rodada. No entanto, isso merece um capítulo à parte por tudo o que aconteceu e você internauta, ficará por dentro, daqui a pouco...
Times apontados como favoritos ao acesso desde o início começaram bem, mas passaram por vários problemas extra-campos, como salários atrasados, e terminaram apenas no meio da tabela. Esses são os casos de Paraná e Avaí. Já o modesto Icasa foi a grande surpresa, terminando o campeonato na quinta colocação. Depois de ficar na lanterna durante todo o primeiro torno, o ABC emplacou diversas vitórias seguidas com a chegada de Roberto Fernandes e terminou na 14ª colocação. O tradicional Paysandu sofreu com os altos e baixos e foi rebaixado para a Série C, ao lado de Guaratinguetá, São Caetano e ASA.

Polêmica das malas!
Devido a arrancada incrível no segundo turno, o Figueirense chegou na última rodada defendendo uma invencibilidade de cinco jogos - quatro vitórias e um empate - e precisando apenas de suas próprias forças para conquistar o acesso. Na quarta colocação, com 59 pontos, o Furacão teria pela frente o já eliminado Bragantino, no EstádioNabi Abi Chedid. E foi aí que a confusão começou.
Nos dias que antecederam a partida, vários jogadores considerados titulares foram afastados pelo presidente Marquinho Chedid. Um deles era o zagueiro Álvaro, que concedeu uma entrevista para a Rádio Futebol Interior insinuando que o mandatário alvinegro teria recebido dinheiro para "entregar" o jogo ao Figueirense. A notícia repercutiu o Brasil inteiro e ganhou ainda mais força depois que Ceará e Icasa, outros times que brigavam pelo acesso com o Figueira, prometeram entrar na Justiça caso acontecesse algo suspeito durante a partida.
Marquinho Chedid se defendeu alegando que, como o Bragantino não brigava por mais nada no campeonato, os jogadores titulares desgastados foram afastados, como uma forma de preservá-los para o Paulistão de 2014. Além disso, o mandatário acusou dirigentes do Ceará de terem se reunido com o zagueiro Álvaro e o atacante Lincom para oferecerem dinheiro em troca da vitória sobre o Figueirense.
Toda essa polêmica, porém, de nada adiantou. Mesmo jogando com um time quase totalmente reserva, o Bragantino endureceu o jogo e empatou com o Figueirense, por 1 a 1, em Bragança Paulistas. Os "chorões" Ceará e Icasa precisavam apenas de uma vitória para comemorarem o acesso. Jogando na Arena Castelão e diante de mais de 30 mil pessoas, o Vozão decepcionou e foi goleado pelo Joinville, por 3 a 0, estacionando nos 59 pontos e caindo para a sétima posição, uma abaixo do próprio JEC, que entrou em campo sem chances de subir. Já o Icasa perdeu para o Paraná, por 2 a 0, na Vila Capanema, e ficou em quinto lugar, com os mesmos 59 pontos.
Quem se destacou dentro e fora de campo?
Enquanto o líder Palmeiras e o Figueirense se destacaram pela coletividade durante toda a Série B, os outros times do G4 tiveram peças fundamentais na luta pelo acesso. Depois de pensar em encerrar a carreira devido ao início difícil, Bruno Rangel ganhou projeção durante o campeonato e terminou como artilheiro isolado, com 31 gols, recebendo sondagens de time que estavam na elite - Ponte Preta, Corinthians e Atlético-PR.

Encostado no Internacional, Marcos Aurélio foi emprestado para o Sport e acabou se tornando o grande responsável pela volta do time pernambucano à elite do Brasileirão, tanto que a diretoria traçou como prioridade para 2014 a renovação de seu contrato. Se não fosse a jornada fora do normal de Bruno Rangel, o "baixinho" rubronegro terminaria como artilheiro da Série B. Foram 22 gols, nove a menos que o atacante da Chapecoense. Por diversas vezes que Marcos Aurélio não estava em campo, o Leão tropeçou, tanto que foi falado até mesmo em "marcosdependência".
Fora das quatro linhas, depois treinadores merecem destaque pelo trabalho realizado com elencos modestos. Um deles é Gilmar Dal Pozzo, que assumiu o desafio de comandar a Chapecoense em sua primeira participação na Série B e logo de cara conquistou o acesso, além do vice-campeonato. No fim do campeonato, o treinador chegou a ser sondado pelo Grêmio para o lugar de Renato Gaúcho, mas optou por renovar contrato com o Verdão do Oeste.
Com um elenco ainda mais modesto em mãos, o jovem Sidney Moraes assumiu um time apontado por muitos como um dos principais candidatos ao rebaixamento e só não conquistou o acesso por causa de um tropeço diante do Paraná na última rodada. Com uma marcação implacável no meio-campo e muita velocidade no contra-ataque, o Icasa surpreendeu a todos e terminou em quinto lugar, com um ponto a menos que o Figueirense. Não foi a toa que o treinador entrou na mira de diversos clubes e, depois de ficar apalavrado com o Avaí, fechou com a Ponte Preta para a temporada de 2014.
 
Agência Futebol Interior

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