ESPECIAL SÉRIE C: Santa campeão e ‘guerra de liminares’ marcam 2013

ESPECIAL SÉRIE C: Santa campeão e ‘guerra de liminares’ marcam 2013

Depois de sete anos o Santa Cruz voltará a disputar a Série B do Brasileiro



Campinas, SP, 31 (AFI) - O Campeonato Brasileiro da Série C de 2013 foi marcado pelo equilíbrio, assim como por uma série de brigas que acabaram na Justiça e que por muitas vezes colocaram em “cheque” a sequência da competição. No final, tudo resolvido e Santa Cruz campeão.

 Confira! 

A Série C começou de forma errada. Isso porque a Confederação Brasileira deFutebol (CBF) incluiu o Rio Branco no Grupo A e mudou os critérios de rebaixamento naquela mesma chave: cairiam três. O que não aconteceria no Grupo B, quando dez times lutariam pela vaga à fase final e outros dois contra o descenso.

Esta divisão foi criticada pelos clubes do primeiro grupo, que teriam maior concorrência. E de fato foi o que aconteceu. O Grupo A era melhor tecnicamente, com times tradicionais e ‘copeiros’, como Santa Cruz, Fortaleza, Brasiliense, CRB e Sampaio Corrêa. O Grupo B era fraco e com jogos desanimadores.
A primeira fase foi concorrida desde a rodada inicial. No Grupo A, por exemplo, o líder foi conhecido apenas na última rodada, quando o Santa Cruz bateu o Treze e garantiu vantagem para decidir o acesso em casa. No Grupo B apenas o quarto colocado foi definido ‘aos 48 do segundo tempo’.
Avançaram para a fase final: Santa Cruz, Luverdense, Treze e Sampaio Corrêa (Grupo A); e Macaé, Vila Nova, Caxias e Betim (Grupo B).
Guarani e Juliano surpreendem
O Guarani deu indícios de que seria forte concorrente pelo acesso. Os campineiros ficaram 11 partidas invictos na primeira fase. Perderam apenas no 12.º jogo, para o Caxias, em casa. Fruto de um time bem organizado defensivamente e que sabia aproveitar os contra-ataques.
E junto da boa fase, quem também se sobressaiu foi o goleiro Juliano, que se tornou o goleiro a ficar mais tempo sem tomar gol no Guarani. Ele superou Neneca, titular durante a campanha do título Nacional de 1978. Porém, depois deste número a situação do arqueiro não foi mais a mesma e o Bugre sequer avançaria à fase decisiva do campeonato.
‘Guerra de liminares’
O Ipatinga, que virou Betim em 2013, fazia um campeonato regular, quando recebeu a notícia de que havia sido punido pela Fifa, com a perda de seis pontos, por causa de uma dívida com o Nacional da Madeira, de Portugal, numa transferência antiga do lateral Luizinho. Imediatamente o clube recorreu à Justiça Comum, onde conseguiu liminar que o protegia de qualquer punição.

A atitude constrangeu a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que apesar da força política interna não tem poderes para mudar uma decisão como esta. Por isso, a entidade seguiu quieta nos bastidores e encontrou uma nova dívida dos mineiros, só que com o The Strongest, da Bolívia – transação envolveu o atacante Pablo Escobar. E, desta vez, no calar da noite o Betim foi comunicado de que não poderia disputar a fase final da Terceira Divisão Nacional.
Com a decisão, quem disputaria o acesso na vaga do Betim era o Mogi Mirim, quinto colocado durante a primeira fase. Porém, horas antes de os paulistas entrarem em campo contra o Santo Cruz, uma nova liminar do clube mineiro fez com que o duelo fosse cancelado. Dias depois o Tigre de Minas voltou a competição, só que com justiça foi eliminado pelos pernambucanos, que retornaram à Série B de 2014.
Brasiliense entrou na ondaMesmo depois de toda a confusão envolvendo Betim e CBF, o Brasiliense também resolveu recorrer para não ser rebaixado à Quarta Divisão. O clube argumentou nos tribunais que a entidade não poderia ter mudado o regulamento da competição com a mesma em andamento. Vale lembrar que o Rio Branco entrou durante a primeira fase e o Grupo A passou a ter 11 clubes, sendo que os três últimos cairiam, diferente do Grupo B, com dez e que apenas dois amargariam o descenso.
O recurso foi negado pelo Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que manteve a queda do time. Foi a segunda e última instância do Tribunal. Os auditores consideraram que o Brasiliense entrou com o recurso fora de prazo. Com isto, foi confirmada a decisão do Presidente do STJD, Flávio Zveiter, que no primeiro julgamento, considerou que o departamento jurídico do Brasiliense teria entrado com a ação fora de prazo.
Tradicionais ficam com o acesso
Na fase final os times tradicionais fizeram valer o peso da camisa. Isso aconteceu com Santa Cruz, Vila Nova e Sampaio Corrêa, todos que garantiram vaga na Série B. Destes, o time goiano foi o que teve mais dificuldade – encarou o Treze, ‘encardido’ e que queria ser o ‘patinho feio’ da turma.

Grata surpresa acabou sendo o Luverdense. O time mato-grossense desbancou o Caxias, em Caxias do Sul, e encaminhou ainda na partida de ida sua inédita conquista. A equipe foi bem treinada por Júnior Rocha, assim como bem conduzida pelo presidente Helmute Lawisch e o diretor de futebol Sérgio Papelim.
E a Justiça foi feita para o Santa Cruz, que sofreu com a briga do Betim com a CBF na Justiça Comum. Os pernambucanos foram fortes dentro e fora de casa, além de terem coroado o incentivo dos seus torcedores nas arquibancadas do Arruda com o acesso. A Cobra Coral não figurava na Série B há sete anos.
ArtilheirosMesmo sem ter ficado com o acesso, o Fortaleza teve o artilheiro do campeonato: Assisinho, com 12 gols. Ele foi importante durante a primeira fase, mas não o suficiente para evitar a eliminação diante do Sampaio Corrêa, em pleno Castelão. Suas boas apresentações renderam propostas de muitos times brasileiros, inclusive do arquirrival Ceará, que naquela ocasião ainda briga pelo acesso na Série B.
Ainda completam a lista de goleadores: Fernando (Cuiabá) e Tiago Cavalcanti (Sampaio Corrêa), com 10 gols; Danilo Galvão (Águia) e Denílson (CRB), com 9 gols; Keno (Águia), Bruno Veiga (Duque de Caxias), Tozin (Luverdense), André Dias (Santa Cruz) e Frontini (Vila Nova), com 8 cada.
Subiram à Série B de 2014
Santa Cruz
Sampaio Corrêa
Luverdense
Vila Nova
Caíram para a Série D
Brasiliense
Baraúnas
Rio Branco
Crac
Grêmio Barueri
 
Guilherme Righetto

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