Futebol é um circo. E nós somos os palhaços!



Futebol é um circo. E nós somos os palhaços!
Cartolagem estende mais uma vez o tapetão da vergonha e privilegia time carioca, jogando a Lusa na Série B
Publicado na segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Respeitável público torcedor! Saque da infância seus narizes vermelhos e pode usá-los. Nós, que pagamos os ingressos, que compramos os pacotes das tevês pagas para ver nossos times, que discutimos com o vizinho fanático... Nós, que vamos afoitos às páginas esportivas quando o jornal chega, que acessamos a internet todos os dias para acompanhar o que acontece com nosso clube do coração... Nós, que teimamos em acreditar na lisura dos homens que dirigem o futebol brasileiro... Eu e você, querido leitor, somos os palhaços desse circo que é o futebol brasileiro.

Eu fiquei tentado a completar a frase anterior com “desse circo que se tornou o futebol brasileiro”. Mas me lembrei que esse espetáculo circense já é tradição de longa data. Tão velho que já deveria estar banido há muito tempo. Deveria ser apenas uma mancha espúria na nossa memória, a macular a tão glorificada história do futebol brasileiro. Mas a chamada “virada de mesa” transformou-se num fantasma insistente, teimoso, do qual não conseguimos nos livrar. Mesmo elegantemente fantasiado de “justiça”, como quiseram nos convencer os promotores deste caso, podemos facilmente sentir seu asqueroso odor peculiar: o mal cheiro do poder do mais forte, aquele que sempre vence, principalmente se tratando de um time carioca. É lamentável.
Ganha-se e perde-se no campo. É assim que deveria ser.
Vamos raciocinar só um pouquinho, porque não precisa de esforço para sentir o cheiro forte de sujeira na coisa toda. Um exemplo muito fácil.
Somos todos eleitores. Se estamos irregular, por alguma razão, com a justiça eleitoral, nem precisamos tentar votar. Não vamos conseguir. Se usamos um título de eleitor falso, vamos para a cadeia. E sabemos disso. Porque existe uma coisa chamada organização que nos impede de fraudar o sistema.
Quer outro exemplo? Tente comprar qualquer coisa a prazo se você pisou na bola e entrou na lista negra de mau pagador... Não vai conseguir. Meia hora depois de cair na lista você é “persona non grata” em qualquer crediário.
Mas um clube consegue inscrever um jogador irregular e colocá-lo em campo? Dizem: ok, podem inscrever o atleta. E depois, punem? Opa! Algo cheira mal... Teria a diretoria da Portuguesa entendido que a presença de Héverton em campo, por 13 minutos, seria assim tão fundamental naquele momento que valeria a pena arriscar toda a campanha? Me poupem!
Não vou nem perguntar se a situação fosse o oposto, se fosse para derrubar um time carioca... Sabemos a resposta.
Então, nobre amigo palhaço, console-se. Se vai continuar torcendo, acreditando que um campeonato se decide dentro de campo, saiba que você está sendo enganado. Saiba que os cartolas estão rindo da sua cara, gastando a grana que você deixa na bilheteria, que você gasta na loja do seu clube ou na fatura da sua tevê paga, ou mesmo quando compra os produtos anunciados durante uma partida na tevê aberta. Tudo é lucro. É nosso ingresso para o circo deles. Eles não estão nem aí com aquilo que chamamos de futebol. Isso para eles é apenas um negócio extraordinariamente lucrativo, onde o Fluminense, rebaixado em campo, dá muito mais lucro que a Portuguesa, rebaixada no tapetão. Sou hoje um palhaço enojado!

0 comentários:

Postar um comentário