(Foto: Luciano Santoliv/ Nacional)
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Douglas Dias tem 40 anos e é natural de Jundiaí. O profissional tem larga experiência no futebol, principalmente no exterior. Ao todo, permaneceu 17 anos fora do Brasil, sendo 14 como jogador e os outros três se preparando para trabalhar no futebol. Ainda como atleta, colecionou passagens por algumas equipes do interior do Estado e se aventurou pelo futebol europeu e asiático, atuando em clubes da Holanda, França, Portugal, Alemanha e China.
Histórias inusitadas no mundo da bolaMorando 17 anos fora do país, Douglas Dias contou algumas situações atípicas pelas quais ele teve que passar. “Jogava na Holanda e um empresário viu e queria me levar para Bulgária. Quando terminou meu contrato, eles mandaram a passagem e fui. Meu inglês era fraco na época e a pessoa que me buscou no aeroporto só falava búlgaro. Ninguém entendia ninguém. Quando deu umas 19h, o presidente, que falava uma pouco de espanhol, me levou em um restaurante chique para comer, foi aí que pensei que estava bem, mas na hora de escolher a comida foi difícil. Olhei para o lado e tinha uma parmegiana no prato da mesa e pedi igual. Quando a comida chegou, dei uma mordida achando que era carne, mas era berinjela e não gosto. O presidente olhava para mim e eu não conseguia comer. No final, não assinei contrato e nem consegui comer. Recebi uma proposta da China e acabei indo para lá”, relatou.
Depois de passar por isso na Bulgária, o ex-atleta falou da sua chegada na Ásia. “Cheguei na China, e fui no mercado comprar biscoito e refrigerante. Quando estava saindo, começou a tocar uma sirene e já fiquei desesperado pensando em como ia explicar que não havia roubado nada. Chegou uma mulher e me ajudou na tradução, mas no final era o apito que havia sido a compra de número cinco mil da loja e que não teria que pagar. Fiquei chateado porque minha compra havia sido pequena. Depois, a mulher me levou no final da loja e mostrou umas bijuterias e disse que era parte do prêmio que poderia escolher qualquer uma. Escolhi a corrente mais grossa. Meu representante foi para lá e assinei contrato com o clube chinês e pedi para ele levar a corrente. Quando ele voltou para Holanda, a alfândega o parou e perguntou sobre a bijuteria. Ele disse que era um presente e quando fiquei sabendo, o cordão valia seis mil euros. No final, a compra valeu a pena (risos)”, afirmou.
Carreira após pendurar as chuteirasApós pendurar as chuteiras, o ex-centroavante fez um curso de treinador de goleiro e outro de técnico na Holanda, mas servia apenas para as categorias de base. Sendo assim, realizou outro curso, desta vez no Rio de Janeiro, para trabalhar como técnico profissional. Em seguida, foi trabalhar em uma empresa agenciadora de carreira de atletas. Com o tempo, foi ganhando experiência nessa área, mas o que ele queria era trabalhar como treinador de futebol.
“Fui cuidar da carreira de atletas, fui evoluindo, mas queria ser treinador. Conheci o Alberto (atual gestor do Nacional) e o convidei para trabalhar conosco, pois ele tinha o perfil. Tínhamos o projeto de fazer a gestão de uma equipe da Segunda Divisão, mas quando estávamos assistindo uma partida entre Palmeiras e Nacional, no sub-20, apareceu a oportunidade de trabalharmos no clube. A partir de novembro de 2015, assumimos oficialmente e fizemos um bom trabalho como gestor e agora apareceu a oportunidade de virar treinador”, explicou.
Douglas Dias falou do sentimento em poder trabalhar como técnico profissional pela primeira vez na carreira. “Sempre vivemos um sonho. Já tinha trabalhado na base em times da Holanda e Alemanha e agora é uma oportunidade de ouro, mesmo sabendo que no Brasil é complicado, pois mesmo sendo parte da gestão serei cobrado pelos resultados. Aprendi muita coisa nos 17 anos que fiquei fora e encaro como um bom desafio para minha carreira”, disse.
Para fortalecer o conjunto, Douglas garante que irá dat tratamento igual para todos. “Sou uma pessoa muito emotiva que gosta muito de vencer. Até no par ou ímpar não gosto de perder. Sou centrado e sempre tento ajudar a todos. Acredito que o trabalho deva funcionar sem discriminação e fazer o melhor para o coletivo”, citou.
Como um técnico da nova geração, ele se mostrou otimista com o futuro nesta área. “Acho que o caminho é esse. Precisamos de reformulações no futebol. Na Alemanha, tem treinador de 28 anos na Bundesliga. É necessário juventude, não falando mal dos mais antigos, mas uma hora precisamos de mudanças. Não apenas para os treinadores, mas a gestão, os preparadores precisam evoluir e vai ser bacana para o futebol brasileiro”, finalizou.
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