ESPECIAL PONTE PRETA: Montanha russa alvinegra termina com vice e na Série B
A Macaca foi rebaixada, mas ganhou projeção internacional com a grande campanha na Sul-Americana
A temporada não poderia começar melhor, tanto que os comandados de Guto Ferreira escreveram os nomes na história do clube alvinegro no dia 24 de março. Com a vitória sobre o Paulista, por 1 a 0, em Jundiaí, pela 14ª rodada do Campeonato Paulista, a Macaca chegou ao 14ª jogo de invencibilidade - oito vitórias e seis empates - e quebrou a marca de 1981. A primeira derrota viria na rodada seguinte, para o Palmeiras, em pleno Moisés Lucarelli.
A demissão veio depois da derrota para o Atlético-PR, por 4 a 3, pela quarta rodada do Brasileirão. Até aí, haviam sido três derrotas e uma vitória. Para explicar a saída de Guto Ferreira, a diretoria "mentiu" ao dizer que o treinador não tinha um bom relacionamento com os jogadores. O argumento viria água abaixo quando a Ponte enfrentou a Portuguesa pelo Brasileirão. Todos os atletas pontepretanos foram cumprimentar o treinador, na época adversário, no banco de reservas.
Carpegiani, falta de planejamento e inúmeros erros!
Mas a mudança na comissão técnica não surtiu o efeito esperado pela diretoria. Mudando a ideologia, de contratar treinador em início de carreira, o clube anunciou a contratação do experiente Paulo César Carpegiani, que estava parado há um bom tempo e totalmente desatualizado. A saída viria depois de apenas 13 jogos, com quatro vitórias, três empates e seis derrotas.
Mas não foi apenas em relação as mudanças precipitadas de comissão técnica que a diretoria, liderada por Ocimar Bolicenho, errou. Apesar de conseguir negociar o lateral-direito Cicinho e o zagueiro Cléber com Santos e Corinthians, respectivamente, por aproximadamente R$ 10 milhões, a Ponte Preta contratou jogadores modestos e sem a mínima condição de disputarem a elite do Brasileirão, como os laterais Luis Advíncula, Régis e Tiago Cametá, volantes Magal, Paulo Roberto e Fernando, o meia Brian Sarmiento, e os atacantes Adaílton e Dênnis, entre outros.
Durante o Campeonato Brasileiro, a diretoria também não soube lidar com a falta de motivação de alguns jogadores. Em especial o peruano Ramirez. Emprestado pelo Corinthians, o meia chegou ao Majestoso no início do Paulistão e estreou com gol no dérbi diante do Guarani, caindo nas graças dos torcedores. Fez um bom Estadual e chegou a receber sondagens de outros clubes, mas a Macaca não liberou. Depois disso, o camisa 10 caiu bruscamente de rendimento e perdeu espaço entre os titulares, sendo o principal alvo dos torcedores. No segundo turno do Brasileirão, foi afastado e não voltou mais.
Jorginho e a Sul-Americana
E o que falar da Copa Sul-Americana? Logo em sua primeira competição internacional, a Ponte Preta conseguiu chegar na grande final, tendo eliminado Criciúma e Deportivo Pasto, além dos tradicionais Vélez Sarsfield - em plena Argentina - e o São Paulo - com uma vitória por 3 a 1 fora de casa. A torcida comprou a ideia e apoiou o time campineiro em todos os lugares, inclusive comparecendo em peso no José Amalfitani (Buenos Aires) e Morumbi.
O resultado não foi o esperado, já que a Ponte Preta continua sem ganhar um título de expressão ao longo dos 113 anos de história, mas uma coisa é certa: o clube campineiro e sua apaixonada torcida ficaram reconhecidos e respeitados internacionalmente. O título é apenas uma questão de tempo para quem tem, agora, uma legião ainda maior de fãs.
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