Campinas, SP, 01 (AFI) – O dia 18 de dezembro nunca será esquecido pelos cidadãos do Marrocos e muito menos para os torcedores do Atlético-MG, que presenciaram um desastre. A queda do Galo, em plena semifinal do Mundial de Clubes da Fifa diante do Raja Casablanca e a festa verde e branca, marcada como o “Raja Day”, não apenas no continente africano, mas pelo mundo inteiro.
A eliminação do Atlético-MG não foi o primeiro vexame dofutebolbrasileiro do outro lado do mundo. Em 2010, o Internacional fez atuação semelhante. O Colorado foi até o Japão e acabou sendo derrotado pelo Mazembe, virando, até então, a maior zebra do torneio. Na oportunidade, a equipe congolesa enfrentou a Inter de Milão na decisão e não repetiu o feito inédito. O título ficou com o time italiano.
Neste ano, o Brasil, que está prestes de sediar uma Copa do Mundo, passou mais uma vergonha. O Atlético-MG foi até o Marrocos já pensando na final contra o Bayern de Munique. Só esqueceram de avisar o Raja Casablanca. O clube marroquino se apoiou na sua torcida para passar de um adversário, considerado muito mais forte. Era um dia história. Vitória por 3 a 1 e dia eternizado como “Raja Day”.
A caminhada do Raja se iniciaEm sua estreia em mundiais, o Raja Casablanca enfrentou na primeira fase o Auckland City, campeão da Liga dos Campeões da OFC e já indicou que poderia surpreender. Ao contrário do que todos esperavam, o clube marroquino venceu por 2 a 1, se garantindo na segunda fase diante do Monterrey, do México, um veterano do torneio.
Na segunda fase o Raja Casablanca fez o impossível: derrotar o Monterrey, que caiu pela terceira vez seguida nas quartas de final. Em Agadir, os marroquinos abriram o placar, mas viram a equipe visitante deixar tudo igual. O gol da vitória saiu apenas na prorrogação, após o gol de cabeça de Guehi, o que pegou todos de surpresa, inclusive o técnico Cuca. O treinador do Atlético-MG chegou a afirmar que esperava enfrenta o time mexicano.Enquanto o dia foi de festa no Marrocos, no outro lado da chave, o Guangzhou Evergrande se garantia na semifinal contra o Bayer de Munique, ao vencer o Al Ahly por 2 a 0, com a marca brasileira. O clube chinês só chegou até a próxima fase graças aos brasileiros Conca, atualmente jogador do Fluminense, e Elkeson, ex-Botafogo. Cada um fez o seu na vitória dos chineses.
É dia de “Raja Day” bebê!
Dezoito de dezembro de 2013. Chegou a vez do Atlético-MG fazer sua estreia no Mundial de Clubes da Fifa. O Galo segurou o time da casa na primeira etapa, mas não conseguiu ficar cinco minutos em campo, da segunda, sem tomar gol. Jogando o mesmo futebol das duas primeiras partidas, na base do contra-ataque e do toque de bola rápido, o Raja chegou ao primeiro gol logo nos minutos iniciais. Lajour avançou sozinho e tocou no canto de Victor.
O Atlético-MG saiu em busca do empate e chegou ao gol aos 18 minutos. Ronaldinho Gaúcho cobrou falta com perfeição, no ângulo, tudo igual. O Galo tentava a virada, jogava melhor, mas viu o Raja Casablanca crescer nos minutos finais e fazer o segundo. Pênalti de Réver em Lajour. Na cobrança, Moutaouali faz 2 a 1.
A partida chegava em seu fim, batia o desespero nos jogadores do Atlético-MG, que se jogaram ao ataque. Foi aí, que o Raja aproveitou e fez o terceiro, decretando números finais a partida e fazendo a torcida explodir em festa. Moutaouali avançou sozinho e tentou tocar por cima do goleiro Victor. A bola bateu na trave e sobrou para Mabidé deixar o seu. Era o fim da torcida atlética. Belo Horizonte se dividia em lágrimas e festa, pela parte azul, que torcia para o clube marroquino.
A partida também marcou a briga interna entre Marcos Rocha e o técnico Cuca. O lateral foi substituído no início da primeira etapa e fez duras críticas ao treinador por não ter aceito sair do duelo.
No embate, um outro jogador também chamou a atenção dos estudiosos no futebol. Déo Kanda, que entrou na segunda etapa contra o Altético-MG, esteve presente também na vitória contra o Internacional, em 2010. O jogador entrou para a história por ser o único a presenciar as duas tragédias brasileiras, pelo lado do adversário. Isso porque, pelo lado do Brasil, Alecsandro esteve em ambos os times.
O mundo começa a ser vermelho!
A história do Bayern de Munique no Mundial de Clubes iniciou como terminou: com vitória. O clube alemão encarou o time dos brasileiros Conca, Elkeson e Muriqui na semifinal. O Guangzhou Evergrande tentava o mesmo feito do que o Raja, mas contra o melhor time do mundo a história é outra. Após colocar cinco bolas na trave, o Bayern chegou a vitória ao fazer sonoros 3 a 0, era o fim do sonho Chinês.
No dia 21 de dezembro, o Mundo iria conhecer o seu campeão. A primeira partida do dia era entre o Atlético-MG e o Guangzhou Evergrande. O Galo mais uma vez jogou mal. O time chinês dominou a maior parte da partida, porém, o clube mineiro abriu o placar. Logo no minuto inicial, Diego Tardelli aproveitou cruzamento e fez 1 a 0. O empate saiu logo depois, dos pés de Muriqui.
Aos 14 minutos, Conca de pênalti colocou os chineses na frente. Seria mais uma humilhação atleticana? Não desta vez. Ronaldinho Gaúcho fez 2 a 2, antes de agredir o adversário e ser expulso, e Luan, que entrara na etapa final fez o gol da vitória do Atlético-MG, no qual deixou seu desempenho na competição menos vergonhoso.
Agora sim! O mundo é vermelho!
Na final contra o Bayern, o Raja mudou o seu jeito de jogar. Ficou mais recuado, mas o clube alemão os obrigava a isso, com o famoso toque de bola envolvente, no melhor estilo de Pep Guardiola. A partida foi bem disputa, mas os dois gols dos melhores do mundo logo no primeiro tempo, acabou com qualquer chance de fazer mais um “Raja Day”.
Mais brasileiro do que nunca, o Bayern precisou de dois gols verde e amarelo para se tornar o campeão do mundo. Dante fez o primeiro e Thiago Alcântara completou o marcado. Com Ribery e Lahn entre os craques do Mundial, o francês o melhor, o time alemão pintou o mundo de vermelho e colocou sua terceira estrela no uniforme.
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