Revolta foi provocada pela marcação de pênaltis polêmicos: “A arbitragem no Guaçu está muito defasada”, disparou o técnico Clodô. Jogadores convalesceram.
- por Tarso Zagato
Seguindo uma linha mais racional, o meia Marcos Vinícius discordou do comandante e responsabilizou o próprio time pela derrota. “A árbitro apitou bem, achei que ele não foi tão mal, não. O terceiro gol deles foi pênalti, assim como foi lá. Nosso time que não jogou uma boa partida hoje, em função dos desfalques também. Quem entrou foi bem, mas o time, no todo, não foi bem. E o Cleber ajuda muito o time deles, é muito catimbeiro e é complicado jogar contra eles”, avaliou o bom armador, ressaltando a “cera” feita pelo goleiro tricolor.
Já mais calmo após o apito final, Clodô deixou de lado a arbitragem e falou sobre a partida. “O Igaçaba veio com intenção de jogar e vir pra cima da gente. Montamos um time para marcar e sair no contra-ataque, enfim, acabamos tomando um gol e prejudicou a equipe”, resumiu.
Com a vitória de ontem, o Igaçaba chegou aos 14 pontos e está rigorosamente empatado com o Corinthians em todos os critérios, sustentando, portanto, a liderança compartilhada da Segundona. O Ipiranga ficou com os mesmos 10 pontos e foi ultrapassado por Nossa Senhora e LM Monitoramento, caindo para a quinta colocação.
No próximo domingo (21), o Igaçaba joga contra o irregular Cooperativa, no Campano, pela liderança isolada da competição. O Ipiranga tenta a reabilitação diante do Jardim Pansani, no Belmiro Fanelli, no Jardim Itamaraty.
Partida equilibrada, Igaçaba na frente
Se alguma coisa pode ser dita após o embate entre Ipiranga e Igaçaba, é que dificilmente uma destas equipes ficará de fora das semifinais. A constatação se justifica devido ao futebol tático e organizado apresentado no confronto, muito diferente do que se tem visto na Segundona, até aqui.
Num primeiro tempo bastante equilibrado, a qualidade acabou fazendo a diferença. Do lado do Ipiranga, dois chutes de longa distância do meia Roger pararam nas defesas em dois tempos do seguro goleiro Cleber. E não passou disso. O Igaçaba, por sua vez, foi mais agudo nas finalizações e também utilizou o arremate de longa distância para abrir o placar. Aos 30, Gutinho ficou com a sobra na intermediária e bateu mascado no canto direito, chute aparentemente defensável que Marcão não conseguiu segurar. Igaçaba 1 x 0.
O gol aumentou ainda mais o ritmo da partida, mas não diminuiu a intensidade da marcação, mantendo escassas as chances de gol. Na melhor delas, Fábio tentou sair jogando e perdeu para Neto, o meia rolou para Soni que invadiu a área sozinho e concluiu no pé da trave de Marcão, que só pôde observar e torcer.
Análise do primeiro tempo
“Não sei se o time nosso entrou desmotivado, não sei se é o sol [quente]. Não pode, num jogo desse tem que estar sobrando motivação. Mas não tem desculpa, o time tem que acordar um pouquinho, pegar mais na marcação, que vai dar certo e o gol vai sair naturalmente”, disse o zagueiro Cris durante o intervalo.
“O time deles é rápido, mas o nosso técnico montou um esquema forte no meio, com bastante marcação. No segundo tempo, vamos dar uma segurada, não atacar muito, e fazer o segundo gol para sair com a vitória”, comentou Gutinho, autor do único gol da partida, até então.
Ipiranga domina, Igaçaba vence
O Ipiranga voltou para o segundo tempo disposto a sair do Furno com a vitória. Para isso, o técnico Clodô sacou o lateral Robinho e colocou o atacante Samuel, deixando o time ainda mais ofensivo. A ideia era fazer funcionar o melhor ataque da competição, mantendo em campo o quarteto – Marcos Vinícius, Juninho, Jhonatas e Samuel – responsável pelos 13 gols da equipe na competição.
Mal a bola rolou e a substituição deu mostras de que daria certo. Aos 2 minutos, Jhonatas escapou sozinho pela direita e bateu cruzado no canto direito, Cleber espalmou e a zaga afastou o perigo. O Ipiranga continuou comandando as ações e encurralando o Igaçaba. Em mais uma boa jogada, aos 14, Roger acionou Juninho na entrada da área, o artilheiro girou e bateu colocado no lado direito, para, dessa vez, Cleber ficar olhando a bola explodir na trave e sair pela linha de fundo.
Depois disso, o Ipiranga continuou pressionando e o prêmio pelo esforço acabou vindo aos 35 minutos. Durante bate-rebate na área no Igaçaba, o juiz Ricardo Pereira da Silva viu toque de mão da zaga tricolor e não teve dúvidas em marcar o pênalti. Apesar dos protestos inflamados contra a marcação, Marcos Vinícius se encaminhou para a marca da cal e bateu firme no lado direito, sem chances para Cleber. Ipiranga 1 x 1.
Com o gol de empate, a “laranja mecânica guaçuana” se manteve em cima do Igaçaba, que, àquela altura, parecia estar contente com o empate. Contudo, as emoções estavam guardadas para os minutos finais. O juiz Ricardo Pereira da Silva determinou cinco minutos de acréscimos e prolongou a peleja para agonia dos jogadores, técnicos e reservas. E foi exatamente aos 48 minutos, quando tudo parecia resolvido, que Leo fugiu pela direita e recuou para Guilherme. Longe da meta, o lateral decidiu arriscar e acabou acertando uma bomba no ângulo de Marcão. Igaçaba 2 x 1.
Antes do apito final, Leo ainda foi derrubado na área por Eliel, pênalti que Alifer converteu e sacramentou a vitória do Igaçaba. Final: Igaçaba 3, Ipiranga 1.
Ipiranga
Marcão, Adriano (Tucão), Eliel, Cris, Robinho (Samuel), Totonho (Bruno), Fábio, Roger, Juninho (Everton), Marcos Vinícius e Jhonatas.
Igaçaba
Cleber, Rodrigo, Guilherme, Julinho, Gutinho, Neneca, Leo, Neto, Soni (Cris), Alifer e Guilhermão (Willian).
Cartões amarelos: Eliel, Totonho, Marcos Vinícius e Samuel (Ipiranga); Julinho e Neto (Igaçaba).
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