ESPECIAL CBF: Teixeira foge, mas Marin e Del Nero mantêm 'esbórnia'
Bagunça está escancarada com “Rainha da Inglaterra” José Maria Marin e “Primeiro-Ministro” Marco Polo Del Nero
Quem imagina que Teixeira esteja passando por maus bocados na “horrível” Miami, também se enganou. Por conta de seus “grandes” serviços prestados ao futebol brasileiro, por 23 anos, ele ainda ganha um “mimo” de R$ 120 mil mensais da CBF. Não bastasse isso, por ser uma espécie de assessor especial da presidência, ainda tem voz ativa na CBF e no Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo.
Copa do Mundo, aliás, que foi alvo de muitos protestos e denúncias, algumas delas, é claro, envolvendo a própria CBF, além do Governo Federal, Distrital e estaduais. Afinal, os gastos totais com o Mundial já ultrapassaram os R$ 30 bilhões, sendo que grande parte deste valor saiu ou sairá dos cofres públicos. E alguém duvida que uma parte não possa ter caído em “contas erradas”?
Mais do mesmo
Pelo menos quanto a este fato em específico, a dupla Marin/Del Nero tem conseguido ficar fora de denúncias. A “Rainha da Inglaterra” e o “Primeiro-Ministro”, contudo, não escaparam de outras polêmicas. Até porque Marin, antes mesmo de assumir a CBF, foi pego com a “boca na botija”. Em janeiro do ano passado, quando literalmente embolsou uma medalha, que deveria servir de prêmio ao goleiro Matheus Caldeira, do Corinthians, pelo título da Copa São Paulo de Futebol Júnior.
No primeiro semestre, Del Nero e Marin chegaram até mesmo a ganhar um inimigo virtual. Um pessoa usando o codinome Justic Just publicou uma série de vídeos com gravações comprometedores contra os mandatários da CBF e da Federação Paulista de Futebol (FPF) (Veja tudo aqui).
Uma das gravações apresentadas traziam Marin explicando como seria o esquema que elegeu Del Nero à função de vice da CBF, em junho de 2012. Na oportunidade, o presidente da Federação Paulista recebeu votos das 27 federações e de 19 dos 20 clubes da primeira divisão.
Para “conquistar” os votos, Marin fala que montou um “teatro” onde cada um teria de “que fazer seu papel”. “Vamos preparar bem esses caras, para segunda-feira não termos nenhuma surpresa”, ressaltou, deixando claro que haveria combinação de votos.
Como funcionou o teatro
Para orquestrar seus filiados, Marin diz que mandou preparar um jantar em um restaurante Gero, de uma renomada rede de gastronomia, que possui duas unidades no Rio de Janeiro, em Ipanema e Barra da Tijuca. A ideia era impressionar os presidentes das federações, que na época de Ricardo Teixeira eram “convidados” para jantares em churrascaria.
Neste momento das gravações, o presidente da CBF cita o nome de um sujeito chamado Osório, que estaria em conformidade com o esquema. O nome citado poderia ser do diretor financeiro da CBF, Antonio Osório.
Além das regalias com o jantar no restaurante de luxo, regado a uísque, o autor do vídeo sugere também que durante o encontro, Marin ofereceria propina em troca dos votos. O pagamento poderia vir na forma de repasses de verbas, passeios, viagens e até dinheiro vivo.
No final do vídeo, o mandatário da entidade máxima do futebol brasileiro até ataca com um discurso irônico. Claramente rebaixando seus “capachos” das federações, ele dispara: “Tem até que dar o que comer para os caras não te agredir”, concluiu.
Aos 81 anos, Marin não se vê em condições de continuar à frente da CBF. Por isso, pretende eleger Del Nero. Para tanto, terá de conquistar mais da metade dos 47 eleitores - 27 federações e 20 clubes do Brasileirão de 2014.
Para conseguir tal apoio, a dupla Marin/Del Nero aumentou consideravelmente a “mesada” destinada às federações. Com Teixeira, os valores chegaram ao máximo de R$ 30 mil mensais. Com a nova presidência, segundo a Veja, os valores aumentaram para R$ 50 mil, mas nos últimos três meses o repasse chegou à R$ 100 mil.
Além disso, tem convidado constantemente dirigentes de federações para acompanhar a Seleção Brasileira, nos Jogos Olímpicos de Londres, e além viagens à paradisíaca Costa do Sauípe (BA) com direito a acompanhante, onde foi realizado o sorteio da Copa. Aos clubes, pensando nos votos dos clubes, a CBF já costura acordos políticos para tentar a anistia das dívidas dos clubes brasileiros com a União.
Pensando basicamente na elite – ou seja, 1% dos jogadores brasileiros -, o grupo pede redução dos jogos no calendário. Mas em momento algum apresentou uma proposta concreta para concretizar seu desejo. E o que é pior, não apresentou soluções para jogadores desconhecidos e times pequenos, que passam a maior parte do ano sem um calendário.
Sem um plano para suas reivindicações, o Bom Senso FC escancarou a falta e comando da CBF ao realizar manifestações em meio aos jogos, bem como ameaçar grave geral. No entanto, quem irá exigir algo de dirigentes que são alvos de inúmeras denúncias como as citadas neste especial?
Rebelião de jogadores, a volta da violência nas arquibancadas, a farra do Superior Tribunal de Justiça Desportiva e tantos outros fatos negativos são apenas ingredientes desta miscelânea que se transformou o futebol do Brasil. A “virada de mesa” envolvendo Portuguesa e Fluminense foi apenas a “cereja no bolo”.
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