ESPECIAL TAPETÃO: Pouca emoção, muitas polêmicas e novo tapetão
O ano de 2013 foi marcado por muita briga na Justiça e pouco futebol no Brasil
A temporada parecia favorável ao Brasil, uma vez que sediamos a Copa das Confederações e fomos campeões em cima da então favorita Espanha. Porém, depois disso o que se viu foi uma verdadeira briga de times nos tribunais brasileiros. Ações que quase pararam, por exemplo, a primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série C.
O Ipatinga, que virou Betim em 2013, fazia um campeonato regular, quando recebeu a notícia de que havia sido punido pela Fifa, com a perda de seis pontos, por causa de uma dívida com o Nacional da Madeira, de Portugal, numa transferência antiga do lateral Luizinho. Imediatamente o clube recorreu à Justiça Comum, onde conseguiu liminar que o protegia de qualquer punição.
A atitude constrangeu a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que apesar da força política interna não tem poderes para mudar uma decisão como esta. Por isso, a entidade seguiu quieta nos bastidores e encontrou uma nova dívida dos mineiros, só que com o The Strongest, da Bolívia – transação envolveu o atacante Pablo Escobar. E, desta vez, no calar da noite o Betim foi comunicado de que não poderia disputar a fase final da Terceira Divisão Nacional.
Com a decisão, quem disputaria o acesso na vaga do Betim era o Mogi Mirim, quinto colocado durante a primeira fase. Porém, horas antes de os paulistas entrarem em campo contra o Santo Cruz, uma nova liminar do clube mineiro fez com que o duelo fosse cancelado. Dias depois o Tigre de Minas voltou a competição, só que com justiça foi eliminado pelos pernambucanos, que retornaram à Série B de 2014.
Brasiliense entrou na ondaMesmo depois de toda a confusão envolvendo Betim e CBF, o Brasiliense também resolveu recorrer para não ser rebaixado à Quarta Divisão. O clube argumentou nos tribunais que a entidade não poderia ter mudado o regulamento da competição com a mesma em andamento. Vale lembrar que o Rio Branco entrou durante a primeira fase e o Grupo A passou a ter 11 clubes, sendo que os três últimos cairiam, diferente do Grupo B, com dez e que apenas dois amargariam o descenso.
O recurso foi negado pelo Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que manteve a queda do time. Foi a segunda e última instância do Tribunal. Os auditores consideraram que o Brasiliense entrou com o recurso fora de prazo. Com isto, foi confirmada a decisão do Presidente do STJD, Flávio Zveiter, que no primeiro julgamento, considerou que o departamento jurídico do Brasiliense teria entrado com a ação fora de prazo.
Massagista vira protagonista na Série D
E até mesmo a Série D virou alvo de polêmica neste ano. O campeonato seguia dentro do esperado, quando nas oitavas de final a ‘bomba estourou’. No jogo de volta do duelo entre Tupi e Aparecidense, pelas oitavas de final da Série D, o jogo estava empatado por 2 a 2 e se os mineiros fizessem um gol, levariam a vaga à próxima fase. No entanto, aos 44 minutos do segundo tempo, após cruzamento, Ademilson bateu para o gol, mas em cima da linha o massagista Esquerdinha tirou a bola, em seguida, no rebote, ele tirou novamente o gol mineiro. Com isto, os goianos ganhariam a vaga à próxima fase.
Semanas depois, os relatores do caso, por 3 votos a 1 votaram pela exclusão da Aparecidense do Campeonato Brasileiro da Série D e, consequentemente, garantindo a vaga às quartas de final para o Tupi. Por sua vez, o massagista do clube goiano, Esquerdinha, foi punido por 24 partidas e uma multa de 500 reais, enquanto, o árbitro baiano Arílson Bispo da Anunciação foi absolvido.
Portuguesa cai no ‘tapetão’
A Portuguesa fez um bom campeonato sob o comando de Guto Ferreira, tanto é que terminou na 12.ª posição. Mas, o que ninguém esperava era que a CBF punisse o time com a perda de pontos devido a escalação irregular do meia Héverton, que segundo o STJD teria que cumprir suspensão diante do Grêmio, na última rodada. Ele entrou em campo faltando pouco mais de dez minutos para o apito final do jogo no Canindé.
E com o erro o maior beneficiado seria o Fluminense, que terminou na 17.ª posição e acabou rebaixado. Em julgamento no STJD, a decisão foi unânime em punir o time paulista, o que ao mesmo tempo livraria o Tricolor das Laranjeiras da Série B. O descenso agora ‘caiu no colo’ da Lusa, que pagou o preço pela incompetência dos seus dirigentes.
Mas a “novela” ainda terá novos capítulos. No dia 27 de janeiro está marcado um novo julgamento sobre o caso. E se a Portuguesa novamente perder nos tribunais poderá recorrer à Justiça Comum para garantir sua permanência no Brasileirão. Mais um problema que a CBF não conseguirá resolver internamente. Sem conseguir se impor diante dos seus filiados. Movida apenas por interesses políticos de Marin e Marco Polo Del Nero.
Barbárie em Joinville
Por fim, uma verdadeira guerra campal mostrou ao mundo a falta de organização nos jogos do futebol brasileiros. Torcedores de Atlético-PR e Vasco entraram em conflito dentro da Arena Joinville, em Santa Catarina. Haviam poucos policias fazendo a segurança do duelo, que definiria vaga na Libertadores e rebaixamento no Brasileirão.
Ambas as equipes poderiam perder até 20 mandos de campo e o Alessandro Kishino chegou a pedir que está pena fosse aplicada. Contudo, após os quatro votos previstos, foi decidido por uma punição mais branda. Dos 12 jogos que terá que fazer longe de seu estádio, em seis o Atlético-PR terá que atuar com portões fechados. Já o Vasco atuará quatro vezes sem a presença de seus torcedores.
O clube paranaense ainda foi multado em R$ 140 mil. Já os cariocas acabaram recebendo uma multa de R$ 80 mil. O árbitro Ricardo Marques Ribeiro também foi julgado por ter dado continuidade à partida, mas foi absolvido uma vez que o tribunal entendeu que ele não descumpriu as regras.
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