ESPECIAL COPA DAS CONFEDERAÇÕES: Em casa... é diferente. Aqui é Brasil!

ESPECIAL COPA DAS CONFEDERAÇÕES: Em casa... é diferente. Aqui é Brasil!

A torcida recebeu a Seleção Brasileira como nunca antes visto. Jogar em casa fez a diferença





Campinas, SP, 24 (AFI) – A Seleção Brasileira viveu uma verdadeira lua de mel com a torcida na Copa das Confederações. Desacreditada desde a eliminação para a Holanda nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010, o Brasil voltou a ser o Brasil pentacampeão Mundial, não o do futebol bonito, mas do futebol eficiente, que também é válido, pois no final o que importa é o “sim” dos noivos, ou no caso, o título.

Conquista que fez os torcedores brasileiros acreditarem que é possível colocar mais uma estrela no uniforme verde amarelo. A Seleção Brasileira vai confiante disputar a Copa em seu país, onde nunca esqueceu a derrota que sofrerá em 1950. Mas, desta vez, a influência da torcida será mais calorosa. Na Copa das Confederações aconteceu algo nunca antes visto. Como de costume, o hino brasileiro tocou a cada jogo. Só o que ninguém esperava, era que a torcida continuasse cantando mesmo depois do hino ser paralisado pelos administradores dos equipamentos de som, o que fez inflamar o sangue dos jogadores, que representavam o país que mais ama o futebol na competição.

A partida era contra o México, a cidade Fortaleza e o estádio a nova Arena Castelão. O ambiente era de como a Seleção Brasileira seria recebida, já que não vivia uma boa fase. Desde que surge a surpresa. A torcida cearense abraçou o Brasil, emocionou até mesmo o árbitro inglês, Howard Webb, e iniciou a bela trajetória da Seleção na Copa das Confederações. A vitória de 2 a 0 contra os mexicanos parecia uma questão de tempo depois da grande exibição dos torcedores.

Mas fora dos campos...

A união entre a Seleção Brasileira e os torcedores era evidente, mas a Copa das Confederações ficou marcada também pelos protestos fora dos gramados e até mesmo dentro deles, mas precisamente no encerramento do torneio, quando duas pessoas se infiltraram entre os participantes da cerimônia e com um cartaz com os dizeres "Imediata anulação da privatização do Maracanã" colocaram a prova a indignação de muitos com a realização de mais uma Copa no Brasil. A revolta se dava, pois o dinheiro gasto com estádio, poderia ser usado na melhoria da infraestrutura da cidade, na construção de hospitais, moradias e muitas outras ações sociais.

Já fora dos gramados, o protesto tomou conta de todo o Brasil. A cada jogo da Copa das Confederações, as pessoas se uniam e ficavam praticamente á porta do estádio com cartazes nos dizeres: “Não votei na Fifa”, “Queremos hospitais no padrão Fifa”. O ato aterrorizou a entidade, que em várias oportunidades chegou a afirmar que o Brasil sofria com problemas de organização.

Voltando para a Copa e os templos do futebol

Dos estádios construídos para a Copa do Mundo, seis deles foram usados na Copa das Confederações. A abertura do torneio, entre Japão e Brasil, aconteceu no Mané Garrincha, em Brasília. Já o encerramento foi no templo do futebol, o Maracanã, que presenciou mais uma partida para ficar na história, na vitória da Seleção Brasileira por 3 a 0 diante da favoritíssima Espanha.

Moderníssimos, os estádios chamavam a atenção de todos devido sua beleza e seu tamanho. Além do Maracanã e do Mané Garrinha, também foram usados na Copa das Confederações, o Castelão, em Fortaleza, a Arena Fonte Nova, em Salvador, a Arena Pernambuco e o Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.

Visão do torcedor
A Copa das Confederações, assim como acontecerá na Copa do Mundo, atraiu vários turistas, seja do próprio Brasil, ou do exterior. Em uma partida válida pela fase de grupos entre México e Itália, o Rio de Janeiro ficou verde, de tantas pessoas com a camisa mexicana, que estavam presentes na cidade maravilhosa. Os italianos estavam em menor número, mas também não deixaram de comparecer no Maracanã.

De dentro do estádio, os mexicanos não paravam de incentivar seu time, que mesmo assim acabou perdendo por 2 a 1. Além da torcida, provocação também não faltou, mas entre os próprios brasileiros. Uma parte gritava “Mengão”, do outro lado berros de “Vasco” ecoavam pelo estádio. Até o Palmeiras foi lembrando. Um torcedor estava com a camisa do Verdão e acabou levando uma sonora vaia. Provocação, mas sem violência, com tudo na paz e muita alegria. Era uma época de festa.

A Copa das Confederações e a vitória verde e amarela
A competição contou com oito times divididos em dois grupos. No Grupo A estavam: Brasil, país sede, Itália, vice-campeã da Eurocopa, México,campeão da Copa Rei, e Japão, representante da Ásia. Por sua vez, o Grupo B contou com: Espanha, campeã do Mundo em 2010, Nigéria, campeão africano, Uruguai, campeão da Copa América, e Taiti, seleção convidada.

Na primeira rodada, nenhuma surpresa. O Brasil estreou com o pé direito ao vencer o Japão por 3 a 0, no Estádio Mané Garrincha. No Maracanã, a Itália fez 2 a 1 no México e conquistou os seus primeiros três pontos. Do outro lado da chave, em um jogo parelho, a Espanha bateu o Uruguai por 2 a 1 e a Nigéria “dançou” contra o Taiti, 6 a 1. Os taitianos comemora o gol de honra como se fosse um título, o que acabou conquistando o torcedor brasileiro.
A zebra também não esteve presente na segunda rodada. Pedra no sapato, o México não conseguiu segurar os brasileiros, que venceram por 2 a 0. A Itália suou, mas conquistou uma vitória de 4 a 3 diante do Japão. Na Arena Fonte Nova, o Uruguai ganhou por 2 a 1 da Nigéria e a Espanha, com um time recheado de reservas, fez 10 a 0 no Taiti.

Na terceira rodada, Brasil e Itália decidiam quem iria fugir da Espanha nas semifinais e deu a Seleção Brasileira – 4 a 2. Japão e México apenas cumpriram tabela, porém, quem venceu foi a Seleção Mexicana – 2 a 1. Na Arena Pernambuco se encerrava a primeira participação do Taiti em uma competição oficial da Fifa. Os taitianos lutaram, mas não escaparam de outra goleada – 8 a 0 diante do Uruguai. Por sua vez, fazendo jus a fama de favorita, a Espanha venceu a Nigéria por 3 a 0.
Na semifinal, a Seleção Brasileira encontrou o Uruguai pela frente e foi uma verdadeira guerra. A equipe celeste teve chance de sair na frente do placar, mas Fórlan desperdiçou um pênalti, que Júlio César defendeu. Em seguida, Neymar deixou o seu. Após um belo lançamento de Paulinho, o craque do Barça dominou no peito e estufou as redes. Cavani foi quem empatou o marcador.

O jogo estava se encaminhando para o fim. Neymar provocara o adversário e até mandou um beijinho para o Uruguai, que deixou evidente a raiva que sentia. A partida continuou e no apagar das luzes, Neymar cruzou para Paulinho colocar o Brasil na sua quinta final de Copa das Confederações.

No outro confronto, Itália e Espanha reeditavam a final da Eurocopa. Mais uma vez, a Seleção Espanhola levou a melhor, mas dessa vez a vitória só veio nas cobranças de pênalti. 7 a 6 para a Roja.

Na disputa pelo terceiro lugar, novamente a decisão saiu nos pênaltis, após o embate entre Itália e Uruguai ter ficado em 2 a 2 no tempo normal. Nas penalidades máximas, Buffon virou herói, defendeu três vezes, e mostrou novamente o poder que a seleção Italiana realmente tem.
Já na final, no Estádio do Maracanã lotado, o Brasil não deu chances para a Espanha e foi logo fazendo 3 a 0 e carimbando o seu tetracampeonato. Os gols foram marcados por Fred, duas vezes, e Neymar. O título colocou novas esperanças nos corações dos torcedores brasileiros, que voltaram a acreditar que o Brasil tem chance de conquistar a Copa do Mundo, e mais do que isso, voltaram a amar sua pátria. A união entre time e torcida se tornou um dos elos mais fortes já vistos no meio do futebol.

Craques e curiosidades

Brasil
Celeiro de craques. Vários foram os destaques na Copa das Confederações, por começar pela sua torcida, que realmente deu show. Entre os jogadores, os mais “assediados” eram Neymar, Fred, Paulinho e David Luiz. Jô também foi um dos destaques, pois sempre entrava no fim da partida e deixava o seu gol. Com isso, o atleticano praticamente assegurou um lugar na Copa.

Itália
Buffon, um dos, se não o melhor goleiro da atualidade. Foi importante na conquista do terceiro lugar, fechando o gol italiano. Pirlo, maestro do meio campo, peça importante no sistema tático da seleção Italiana.

México
Chicharito Hernández principal referência do México. O atacante do Manchester United é a esperança de uma boa Copa.

Japão
Honda, contratado pelo Milan, o jogador é o grande destaque dos japônicos, que buscam passar das oitavas de final na Copa do Mundo.

Espanha
O forte é o coletivo. Iniesta, Xavi, Fábregas, todos do Barcelona, formam o esqueleto do time. O modo de jogar é bem semelhante do clube Catalão.

Nigéria
Moses é o grande craque do time, que também conta com Mikel. A Nigéria se destaca pela raça, mas apenas é considerada coadjuvante.

Uruguai
Cavani e Fórlan são as duas principais referências do Uruguai. Atualmente no Inter, Fórlan teve uma participação negativa contra o Brasil, ao ter desperdiçado uma cobrança de pênalti, quando a partida estava em 0 a 0.

Taiti

O segundo time de todos. Sem nenhum craque, mas com muito carisma, os taitianos conquistaram o povo brasileiro pela sua simplicidade. No Maracanã, mesmo perdendo por 10 a 0, saiu aplaudido do estádio. A passagem pelo Brasil foi considerada um sonho para os jogadores, que não esperavam ser recebidos com tanto carinho.
 
 
Kim Belluco

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