ESPECIAL SUL-AMERICANA: Macaca quase perde "virgindade", mas a taça é dos hermanos
A Ponte Preta foi guerreira, mas o Lanús mereceu conquistar o título
Comandados pelo ex-jogador Guillermino Barros Schelotto, os jogadores grenás passaram pelos compatriotas do Racing de forma tranquila, com duas vitórias (2 a 1 e 2 a 0). Na oitava de final, não tomou conhecimento e goleou a Universidad do Chile por 4 a 0 no La Fortaleza e depois perdeu por 1 a 0, fora de casa. Diante do rival River Plate, o Lanús correu o risco de ser eliminado ao empatar sem gols em casa, mas surpreendeu e venceu em pleno Monumental, por 3 a 1. Para chegar até a final, duas vitórias sobre o Libertad-PAR, ambas por 2 a 1.
Mais uma vez, torcedores e jogadores já estavam satisfeitos com o que havia acabado de acontecer. A Ponte Preta virou manchete internacional e, mesmo ainda apontada como azarão, começou a ganhar respeito dos outros países sul-americanos, principalmente dos argentinos. O apoio incondicional de seus torcedores também foi enaltecido. Depois disso, a Macaca estava praticamente rebaixada no Brasileirão e mirou todas as suas atenções para as semifinais, que seria contra o São Paulo. A disputa, porém, começou fora de campo. Mas esse é um assunto que será tratado daqui a pouco!
Uma atuação impecável de todo o time a partir dos 25 minutos do primeiro tempo fez a Ponte Preta calar mais de 60 mil pessoas no Morumbi com uma vitória incontestável por 3 a 1. Depois de muita polêmica sobre o local do jogo – o Moisés Lucarelli não tinha capacidade mínima exigida no regulamento para receber uma semifinal –, a diretoria escolheu a cidade de Mogi Mirim para receber o confronto. Mais de 13 mil pontepretanos transformaram o Romildo Gomes Ferreira em Mogistoso e comemoraram a vaga na final com um empate por 1 a 1.
A grande final
Ponte Preta e Lanús já haviam conseguido um grande feito ao chegarem na decisão da Copa Sul-Americana, tendo surpreendido a todos conforme iam avançando de fase. Mas, agora que chegaram, queriam o título. A Macaca em busca da sua primeira conquista de expressão ao longo dos 113 anos de história. O Lanús idem, além de comprovar o bom momento que vinha passando, brigando também pelo título do Campeonato Argentino. No Brasil, empate por 1 a 1. Na Argentina, a qualidade técnica acabou fazendo a diferença e os grenás conseguiram, de forma merecida, vencerem por 2 a 0 e comemorarem o título.
Foi justamente essa expectativa que levou praticamente quatro mil pontepretanos a invadirem as ruas de Buenos Aires dias antes da segunda partida. Todos ali sabiam que seria difícil, mas não custava acreditar. Quando a bola rolou, quem fez a festa foram os donos da casa. E que festa! Uma torcida apaixonada e que não parou de cantar um minuto sequer transformou o Estádio La Fortaleza em um caldeirão. Contagiados, os jogadores grenás liquidaram a partida ainda no primeiro tempo e apenas administram na etapa final, conquistando o título com uma vitória por 2 a 0.
De forma merecida, o troféu da Copa Sul-Americana ficou nas mãos do Lanús, que tinha um time superior ao da Macaca e fez por merecer dentro de campo, não precisou causar polêmica fora das quatro linhas como outros, o título. Apesar da tristeza, os pontepretanos voltaram para Campinas com sentimento de dever cumprido e cientes de que, agora, todos na América do Sul conhecem a Ponte Preta. Ou melhor: a Puente Negra, como diziam os argentinos.
Polêmica e alerta para a Conmebol
O São Paulo, porém, bateu o pé dizendo que não iria jogar no Moisés Lucarelli por causa do regulamento e também por questão de segurança. A diretoria pontepretana tentou de todos os jeitos conseguir um laudo junto ao Corpo de Bombeiros alegando que, com algumas reformas, o estádio poderia receber mais de 20 mil pessoas. Mas tudo em vão. Com mais força política, o Tricolor ganhou a queda de braço e a Macaca mandou seu jogo para Mogi Mirim. O resultado dentro de campo, no entanto, foi diferente e quem levou a melhor foram os campineiros.
Na verdade, foi justamente no Morumbi, estádio do São Paulo, que aconteceram os maiores problemas. O ônibus com a delegação pontepretana chegou ao local do primeiro jogo da semifinal apedrejado. O gerente de futebol da Macaca, Marcus Vinícius, entrou no clima das provocações e cutucou o presidente tricolor: “Ele não chama Juvenal Juvêncio e sim Juvenil Juvêncio. Eu já não gostava do São Paulo. Agora gosto ainda menos”.
Toda essa polêmica liga o sinal de alerta na Conmebol, que precisa avaliar melhor o seu regulamento. O que tem que ser avaliado são as questões de segurança do estádio e não a capacidade mínima. De que adianta ter um estádio com capacidade para quase 70 mil pessoas e mesmo assim o ônibus do adversário ser apedrejado na entrada? Ou torcidas adversárias circulando entre si – foi assim no Morumbi -, podendo a qualquer momento acontecer uma confusão generalizada? Fica a dica para os “sabedores de tudo” que criaram o regulamento.
0 comentários:
Postar um comentário