Série C: Dublê de dirigente, Rivaldo volta a fazer mea culpa no Mogi Mirim

Série C: Dublê de dirigente, Rivaldo volta a fazer mea culpa no Mogi Mirim

O texto aponta alguns detalhes das atitudes tomadas pela atual administração para tentar reverter o quadro negativo

por Marcelo Gotti - Mogi Mirim
Mogi Mirim, SP, 28 (AFI) - Em nota de esclarecimento divulgada através da Assessoria de Imprensa no último domingo, o presidente do Mogi Mirim, Rivaldo Ferreira, declara inconformismo com as matérias e os comentários divulgados pelos órgãos de imprensa em relação à dilapidação do patrimônio do clube mogimiriano.

O texto aponta alguns detalhes das atitudes tomadas pela atual administração para tentar reverter o quadro negativo que se instaurou em relação à gestão do mandatário no Mogi.
Rivaldo cita que quitou débito com a família Barros na transferência de gestão do clube e que a quantia foi considerável – próximo de R$ 2 milhões, além de assumir o Mogi em situação financeira complicada.

É comprovado que o Sapão da Mogiana sempre teve destaque no cenário do futebol do interior como um clube que sempre honrou seus compromissos com jogadores e funcionários.
O ex-presidente Wilson Fernandes de Barros, que ficou à frente do clube mogimiriano por mais de duas décadas, nunca foi vítima de ataques em relação à falta de pagamento de seus compromissos. Então, é no mínimo duvidosa a declaração de Rivaldo de ter encontrado o Mogi em situação financeira difícil.
E se realmente encontrou, é inimaginável não ter avaliado as contas do clube antes de assumir sua gestão como mandatário, uma vez que já teve outras experiências em administrações de clube – o Guaratinguetá foi um deles.
O Termo de Acordo, oficializado na transferência de gestão do Mogi, e que hoje Rivaldo Ferreira contesta, foi assinado por seu procurador legítimo e braço-direito do presidente do Mogi até poucos meses atrás. Rivaldo teve conhecimento do teor do documento e concordou com os compromissos ali empenhados.
E TEM MAIS...

A nota diz que Rivaldo encontrou um clube com apenas um time de base – o Sub-20, e que já no início de sua gestão no Mogi, investiu em categorias Sub-15 e Sub-17, que foram destaque em competições da Associação Paulista de Futebol (APF).
É comprovado que a competição da APF traz grande desnivelamento técnico entre os times participantes, com placares dilatados em alguns jogos. Fato menos realçado em competições organizadas pela Federação Paulista de Futebol (FPF).
Mas, nas últimas temporadas, as categorias – Sub-15 e Sub-17 - foram extintas do clube pelo presidente do Mogi, Rivaldo Ferreira, desfazendo o investimento na base e formação de atletas.
Quando aponta a valorização do clube em relação às boas campanhas do time profissional nas temporadas de 2012 e 2013, Rivaldo Ferreira esquece de citar que havia ajuda de outro investidor: Hélio Vasone Júnior, dono da Energy Sports, empresa que gerencia carreira de atletas. O bônus não foi apenas de Rivaldo e, sim, dos investidores.
A conquista da vaga para o Campeonato Brasileiro da Série D do Brasileiro e consequente acesso para a Série C do Brasileiro também contou com contribuição do empresário da Energy Sports.
Quando Rivaldo Ferreira esteve sozinho na administração do Mogi, o clube escapou apenas nas últimas rodadas do rebaixamento da Série A-2 do Paulista. Exemplos claros foram as temporadas de 2009 e 2014.
Em relação às melhorias realizadas pelo presidente do Mogi no Estádio “Romildo Ferreira”, todas, sem exceção, foram determinadas pela Federação Paulista de Futebol (FPF) ou pelos clubes que alugaram o estádio para realizar seus jogos através de punição recebidas.
As mudanças das cadeiras de madeira por de plástico no setor de cativas do estádio foi determinação da FPF, com o objetivo de dar maior segurança aos torcedores. As cadeiras de madeira poderiam ser destruídas e usadas como arma pelos torcedores.
Os corrimãos e novas escadas também destacadas como melhorias por Rivaldo Ferreira no Estádio “Romildo Ferreira”, foram novamente exigências da FPF. As obras foram necessárias para dar acessibilidade e segurança ao público que frequenta o estádio.
O ar-condicionado instalado nos vestiários do estádio foi exigido pelo Corinthians, quando o time da capital paulista disputou dois jogos do Brasileiro da Série A em Mogi. Não foi iniciativa de Rivaldo Ferreira. Foi para atender às necessidades do Timão que estava alugando o espaço da praça esportiva.
É notório que Rivaldo equipou a academia do clube, comprou equipamento exigido pela FPF, o desfibrilador; adquiriu ambulância e ônibus novos e um equipamento usado apenas por poucos times do interior paulista: o GPS de atletas.
Mas, os bens adquiridos, provavelmente tiveram participação de parceiros e investidores ou foram subtraídos dos patrimônios do Mogi. Tudo que o presidente do Mogi investiu no clube foi restituído através das vendas dos 14 apartamentos no Residencial Lorenzetti, dos Centro de Treinamento de Mogi Guaçu e Limeira, além de empréstimos e vendas de jogadores do clube.
Então, em contexto geral, Rivaldo Ferreira não aumentou patrimônio algum no Mogi Mirim e, sim, dilapidou alguns bens do clube adquiridos em mais de 20 anos da administração Wilson Fernandes de Barros, ex-presidente do Sapão da Mogiana.

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