ESPECIAL SÉRIE A3: São Bento domina e União São João chega ao fundo do poço

ESPECIAL SÉRIE A3: São Bento domina e União São João chega ao fundo do poço

O São Bento sobrou durante toda a competição e terminou levantando o troféu

Campinas, SP, 25 (AFI) - O São Bento demonstrou, por A mais B que no mundo do futebol os segredos já são conhecidos. Planejamento com antecedência, técnico competente e elenco de qualidade é a trinca certa conseguir o acesso. Permanecendo dentro do G8 durante toda a disputa do Campeonato Paulista da Série A3, o Bentão terminou a Primeira Fase na liderança e manteve o favoritismo até a final. Na decisão, valeu o pulso firme do treinador Edson Vieira, que mesmo depois de jogos duros contra Batatais, conseguiu levantar o troféu e retornar com o tradicional time de Sorocaba para a Série A2.

 Confira! 


Quem também conseguiu fazer história em 2013 foi a Itapirense. Apontada no início da competição como um clube que lutaria contra o rebaixamento, a Vermelinha se apoiou no seu torcedor e não perdeu um jogo sequer atuando em seuestádio, o municipal Coronel Francisco Vieira. Ainda que tenha sofrido um baque durante a competição, com a troca de investidor e de treinador, o time conseguiu se manter forma e no final comemorou um inédito acesso para a Série A2 com o mesmo treinador, Paulo Silva, que já havia subido o clube da Segundona para a Série A3 em 2007.
Além de São Bento e Itapirense, o Batatais, que não disputa a Série A2 do Campeonato Paulista de 1987, também fez bonito e ficou com o vice-campeonato. O Marília, também fez valer a tradição e com um time bem montado, comemorou o acesso no final do campeonato.
Campeonato disputado do início ao fim!Desde a primeira rodada do Campeonato Paulista da Série A3, o torcedor já percebeu que o ano de 2013 seria marcado pelo equilíbrio. A luta para entrar e se manter entre os oito melhores, que levava até a próxima fase, foi disputada por pelo menos onze clubes até a última rodada. São Bento, Flamengo, Batatais, Itapirense, Internacional, Marília, Independente, Sertãozinho, Joseense, Rio Preto e Taubaté chegaram na última rodada ou já classificados ou ainda sonhando com a classificação. No final, Joseense, Rio Preto e Taubaté ficaram pelo caminho.

Nas primeiras rodadas, o São Bento, comandado pelo treinador Edson Vieira, mostrava que tinha um time forte e dificilmente não terminaria entre os oito melhores. Quase invencível dentro de casa, o time de Sorocaba foi o mais regular e terminou na liderança com 40 pontos, cinco a mais que o 2º colocado, Flamengo. O time de Guarulhos, aliás, foi outro que fez bonito sob o comando de João Vallim. Mesmo com um elenco jovem, que trazia como base os jogadores das categorias juniores e B do Corinthians, o Corvo permaneceu o tempo todo dentro do G8.
O Sertãozinho, do treinador Wantuil Rodrigues, entrou na Série A3 como um dos favoritos ao acesso, afinal, chegava de um rebaixamento na Série A2 do Campeonato paulista em 2012 e contava com um trio de ataque de causar inveja nos adversários: Adriano Paulista, Pedrão e Piter. A campanha, entretanto, foi de alto e baixos e mesmo conseguindo a classificação na bacia das almas, na 8ª colocação, não conseguiu o acesso.
O Quadrangular FinalTerminada a Primeira Fase, São Bento, Itapirense, Internacional e Sertãozinho se classificaram para o Grupo 2 do Quadrangular Final e Flamengo, Batatais, Marília e Independente ficaram no Grupo 3. Após jogos muito disputados e algumas confusões, os torcedores conheceram os quatro clubes que subiram para a Série A2.
No Grupo 2, a emoção foi levada até a última rodada. O São Bento recebeu o Sertãozinho em casa e precisava apenas de um empate para conseguir o acesso. O Sertãozinho, entretanto, precisava vencer e ainda torcer por uma derrota ou empate da Itapirense contra a Internacional para conseguir o acesso. Com o 3 a 3 em Sorocaba, o Bentão não só garantiu o acesso, como a vaga na final graças ao número de gols marcados. A Itapirense venceu a Inter, em Itapira, por 2 a 1, e chegou aos mesmo nove pontos do São Bento, mas ficando com o acesso na 2ª posição, devido a ter marcado apenas cinco gols contra oito do time de Sorocaba.
No Grupo 3, o Independente começou bem e venceu o Flamengo por 2 a 1 na primeira rodada. Depois disso, porém, diminuiu o ritmo e não ganhou mais, terminando na 4ª posição, com apenas cinco pontos. Já o Flamengo lutou até a última rodada, precisando vencer o seu jogo contra o Independente e torcer por uma vitória do Marília sobre o Batatais. O Corvo fez a sua parte e ganhou por 4 a 2, mas em Batatais, porém, o Marília não segurou o Fantasma e perdeu por 2 a 1. O resultado não só deu o acesso para o Batatais, como permitiu que o clube terminasse na 1ª posição e se classificasse para a final. Ao término do jogo contra o Marília, uma briga generalizada entre os jogadores de ambos os times manchou a classificação do Fantasma.
Na final, o elenco mais qualificado do São Bento acabou fazendo a diferença e após uma boa vitória fora de casa por 3 a 1, o Bentão empatou diante de seu torcedor por 1 a 1 e levantou o troféu de campeão.
Limeira fica no quase duas vezesCom dois representantes na divisão, a cidade de Limeira fez bonito na Primeira Fase e classificou tanto o Independente, como a Internacional para a fase final. No Quadrangular final, entretanto, faltou fôlego para acompanhar o ritmo dos concorrentes, que ao contrário dos dois clubes, foram regular durante toda a competição.

O Independente foi uma grata surpresa. Com Álvaro Gaia no comando, um treinador que estreava em uma disputa de Série A3, o time deixou os adversários para trás e chegou inclusive a ficar na 2ª posição da competição. Ao final da primeira fase, puxado por uma trio de ataque formado por Diogo, Robinho e Chuck, terminou na 7ª posição. No Quadrangular final, não conseguiu repetir as boas atuações e viu Batatais e Marília subirem de divisão.
Já a Internacional foi o clube com maior força de recuperação durante a Série A3 de 2013. Após começar muito mal a competição e chegar na lanterna, o time cresceu e passou a vencer um jogo atrás do outro. A reação foi tamanha, que o Leão terminou a primeira fase na 5ª posição, com 32 pontos. O fôlego, porém, diminuiu no Quadrangular Final e não foi capaz de tirar o acesso do São Bento e da Itapirense, que subiram pelo Grupo A da fase final.
O nascimento de Jackson Five e Pirata CaipiraQuem acompanhou a Série A3 de 2013 jamais se esquecerá de dois jogadores em particular: Jackson Five, do Flamengo e Gabriel, o "Pirata Caipira", do São Bento. Artilheiros da competição, com 20 gols cada, eles chegaram a ser os artilheiro do ano em todo o Brasil durante o período em que se passou o campeonato. Mais do que gols, os dois jogadores chamaram a atenção pela irreverência nas comemorações e pelos apelidos ganhados durante a competição.

Iniciando a competição apenas como Jackson, o camisa 9 do Flamengo caiu nas graças da torcida do Corvo e chamou a atenção de todos pela facilidade que tinha em marcar gols. Durante toda a Série A3, ele marcou gols com a cabeça, chutando de fora da área, de carrinho, de pênaltis, na saída do goleiro e até de cavadinha. O dia mais inesquecível de sua vida, todavia, foi o fatídico 03 de março de 2013. Pela 9ª rodada da Série A3, o Flamengo venceu a Francana por 5 a 2, com todos os gols sendo marcados por Jackson. Daí, o apelido pegou. Fazendo alusão ao grupo musical da década de 1980, que tinha Michael Jackson como o principal astro, o atacante deixou de ser o simples Jackson para se tornar o eterno Jackson Five.
Também com muito faro de gol, Gabriel, do São Bento, foi o único que conseguiu acompanhar, ainda que de longe, Jackson Five na artilharia da Série A3. Na fase final, quando o atacante do Flamengo viveu uma verdadeira seca de gols, ele aproveitou para igualar os 20 tentos e terminar empatado com o mito do Corvo, com 20 gols assinalados. Ao comemorar os seus gols, Gabriel levantava o punho direito e tapava o olho com a outra mão, imitando o atacante, então no Palmeiras, Barcos, que recebia apelido de pirata. Não deu outra, Gabriel se tornou o "Pirata Caipira".
O final do Palmeiras BCriado para ser o clube que abrigaria os jogadores da base e que não eram aproveitados no time principal do Palmeiras, o Palmeiras B foi criado em 2000 e durante 13 anos fez parte das competições paulistas. A Série A3 de 2013, porém, foi a último campeonato disputado pelo clube, que encerrou as suas atividades por determinação do novo presidente do Palmeiras, Paulo Nobre. Assim que assumiu a presidência, Nobre usou a política de corte de custos no Palmeiras e a primeira medida foi terminar com o segundo time e investir apenas no principal. No dia 28 de fevereiro saiu a decisão oficial e acabou sobrando para o treinador Luis dos Reis, que foi dispensado.
O último ano do Palmeiras B, entretanto, seria ainda mais trágico. Com um time fraco, recheado de jovens jogadores, não conseguiu suportar a pressão de um campeonato tão disputado como a Série A3 e terminou na 18ª posição, com 17 pontos, sendo rebaixado. Um final trágico para um clube que mexeu com os ânimos do campeonato, já que se não terminasse entre os quatro últimos, permitiria que cinco clubes subissem da Segundona. Para o bem do regulamento, a medida não foi necessária.
RebaixadosAlém do final trágico do Palmeiras B, a Série A3 de 2013 rebaixou mais um clube tradicional para a Segundona e última divisão do futebol paulista. O União São João, que durante a década de 1990 revelou grandes jogadores como Roberto Carlos e Léo e conquistou dois campeonatos nacionais, a Série C do Campeonato Brasileiro de 1988 e a Série B de 1996, não só caiu como foi o grande saco de pancadas da Série A3. Terminou a competição na lanterna, com apenas 12 pontos, três vitórias, três empates e amargas 13 derrotas. Vale lembrar que a Arara havia caído um ano antes da Série A2.

Outro vexame deu o Barretos. Permanecendo na zona de rebaixamento durante toda a competição, não conseguiu se reerguer no final e foi rebaixado, terminando na 19ª posição, com 15 pontos ganhos e também apenas três vitórias conquistadas.
Dificuldade mesmo enfrentou o São Vicente. Vindo de um acesso na Segundona, o clube entrou na Série A3 com um time muito modesto e com a folha salarial mais baixa da competição e ainda teve problemas extra-campo. O estádio Mansueto Pierotti ficou interditado e não pode receber torcedores durante toda a competição. Além disso, o clube foi punido pela Federação a pagar uma multa de R$ 100 mil pela invasão de um dirigente do clube, que sentou na marca do pênalti após a marcação de uma penalidade máxima contra o seu clube na partida contra o Novorizontino.
Ainda que lutasse, o Calungão não conseguiu se livrar do rebaixamento e em uma briga direta contra o Guaçuano e com o América, acabou terminando na 17ª posição, com 18 pontos, um a menos que o time de São José do Rio Preto e três a menos que o Mandi.
 
Gustavo Freitas

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